Reviews

Jan Willem Broek
(De Subjectivisten - Republiek der Veerbelding / Week 09-2025)
Houseman, na empresa thuis e a Journalist, DJ na empresa Freelance Music Journalist
PT (Tradução Livre)
"De vez em quando deparamo-nos com surpresas completamente inovadoras. Este é certamente o caso do projeto português Turning Point. O grupo é composto pelo músico, ator e DJ Simão Valinho (máquinas, instrumentos inusitados, voz), pela artista multidisciplinar Lígia Lebreiro (teclados, voz, vídeo) e pela fadista Raquel Sousa. Enquanto este último traz sempre a chamada saudade do fado, os restantes enquadram-na de uma forma extremamente inusitada. Quanto aos instrumentos inusitados, o projeto promove a sustentabilidade ao fabricá-los com materiais reciclados. No álbum Porque A Lua Se Quebrou, que significa "porque a lua quebrou", eles tocam 12 faixas hipnotizantes em pouco mais de uma hora. Os textos, aqui em francês e português, são do poeta Carlos da Cunha, que tinha um livro com o mesmo título. Raquel sabe retratar isso com muito sentimento, geralmente cantado e às vezes falado. A música vai do fado ao techno, electro, house, industrial, música electrónica alternativa e ambiente. Há sempre um toque sombrio em torno dele, que combina muito bem com os vocais muitas vezes melancólicos. Parece que Von Magnet, Lina_Raül Refree e A Naifa são colocados em um cenário alternativo e poético. Isso não é apenas muito emocionante, mas também de uma beleza indescritível.
Uma obra-prima que transcende o gênero."
_____________________________________________________
NL
"Zo nu en dan stuit je echt op van die compleet vernieuwende verrassingen. Dat is zeker het geval bij het Portugese project Turning Point. De groep bestaat uit muzikant, acteur en DJ Simão Valinho (machines, ongebruikelijke instrumenten, stem), multidisciplinair kunstenaar Lígia Lebreiro (keyboards, stem, video) en fadozangeres Raquel Sousa. Terwijl die laatst genoemde steeds de zogeheten saudade van de fado brengt, lijst de rest dit op uiterst ongebruikelijke wijze in. Wat de ongebruikelijke instrumenten betreft, het project promoot duurzaamheid door die te maken van gerecyclede materialen. Op het album Porque A Lua Se Quebrou, wat "omdat de maan brak" betekent, brengen ze in ruim een uur 12 biologerende tracks. De teksten, hier in het Frans en Portugees, zijn afkomstig van de dichter Carlos da Cunha, die een boek met de gelijknamige titel had. Raquel weet deze met echt heel veel gevoel neer te zetten, meestal gezongen en soms als spoken word. De muziek gaat van fado naar techno, electro, house, industrial, alternatieve elektronische muziek en ambient. Er zit wel steeds een donker randje omheen, wat erg goed aansluit bij de veelal melancholische zang. Het klinkt alsof Von Magnet, Lina_Raül Refree en A Naifa in een alternatieve, poëtische setting worden geplaatst. Dat is niet alleen heel spannend, maar ook van een onbeschrijfelijke schoonheid. Een genre overstijgend meesterwerk."
Jan Willem Broek

João Nuno Teixeira
Escritor, advogado e promotor incansável da Literatura e da Arte
https://www.facebook.com/joaonuno.teixeiraW/about_work_and_education
"No dia 22 de Fevereiro de 2025, os Turning Point lançaram o seu CD "Porque a Lua se Quebrou" na Igreja da Misericórdia de Santa Maria da Feira.
Simão Valinho, Lígia Lebreiro e Raquel Sousa subiram ao altar com os paramentos das celebrações celestiais. A lua quebra-se duas vezes por mês, minga ou cresce e acaba por se esvaziar ou encher... Respiração vital de um universo. Da lua vê-se o que se vai quebrando, também, aqui pela terra.
As respirações saídas das máquinas de fazer sons de Simão Valinho remetem para as indústrias da dor e do prazer. Terapias electrónicas para mentes cismáticas agarradas ao que é frágil e finito. Raquel Sousa canta as fases da lua que todos habitam. Lígia Lebreiro declama os versos de Carlos da Cunha como rampas de lançamento das naves sonoras que habitam o espaço sideral, por vezes, religioso
Electro Fado Industrial dos Turning Point é uma estação de tratamento de emoções residuais. Mais que isso: É um lugar de redenção espiritual. É nas palavras que nos identificamos, é nos sons que viajamos e é no silêncio que descansamos."
João Nuno Teixeira

https://solenopole.blogspot.com/
"Dans le paysage musical portugais, une formation atypique émerge, attirant l'attention par sa fusion artistique audacieuse. Turning Point, composé d'une chanteuse de fado, d'une vidéaste et claviériste, ainsi que d'un musicien polyvalent acteur et DJ, nous livre un opus remarquable intitulé « Porque a lua se quebrou », littéralement « Pourquoi la lune s'est brisée ».
Cet album, véritable hommage au poète portugais méconnu Carlos da Cunha, nous transporte dans un univers où la musique se fait le reflet des mots. À travers douze titres, Turning Point nous plonge dans des séquences narratives, où les spoken words et les chants, en portugais et en français, s'entrelacent avec des paysages sonores électro-poétiques. À la tête de ce projet, nous retrouvons Simão Valinho, Ligia Lebreiro et Raquel Sousa, trois artistes talentueux qui prêtent leurs voix et leur créativité à cette œuvre singulière.
L'âme de cet opus réside dans sa capacité à captiver l'auditeur, le transportant à travers des collages expérimentaux contemporains et des rythmes électroniques sombres. Chaque morceau est une invitation à un voyage où se mêlent le néo-cabaret mécanique, les fragrances traditionnelles nostalgiques et les rébellions théâtrales.
Phil Von, découvreur de talents, exprime son admiration pour cette œuvre audacieuse, soulignant son caractère unique et sa capacité à transcender les frontières artistiques. "Porque a lua se quebrou" est un conte audio où chaque page recèle des saveurs différentes et des sentiments multiples. L'écoute de cet opus laisse une empreinte indélébile, nous invitant à explorer les méandres de l'âme humaine à travers la musique et la poésie.
En conclusion, Turning Point nous offre un chef-d'œuvre musical où l'intelligence et l'émotion se rencontrent harmonieusement. « Porque a lua se quebrou » est un véritable témoignage de l'art dans toute sa splendeur, nous rappelant que la véritable beauté réside dans la fusion des genres et des disciplines, exécutée avec habileté, goût et âme."

Phil Von
Flamenco dancer, singer, performer & composer, Phil Von originated the group Von Magnet in London in1985. With Von Magnet he released a dozen of records mixing world music, flamenco, theatre & electronic music. As a solo artist he writes "made to measure" music for ballet, contemporary dance, art & theatre. He is co-leading the project Meta Meat.
https://vonmagnet.bandcamp.com/album/mezclador
https://metameat.bandcamp.com/
"More than 25 years ago, Von Magnet called one of its albums "Mezclador". In English, "The Mixer" doesn't translate well to the alchemical concept of combining and colliding different universes. They had the intuition that the renewal of the arts would need to undergo this "miscegenation" of genres and disciplines. Since then, a myriad of projects have gone through that blending process, which has become a global fusion phenomenon, especially in the realm of music. Not always masterful, unless skillfully, tastefully, and, more importantly, soulfully crafted.
When I drifted inside "Porque a lua se quebrou" by Turning Point, I was in awe: How refreshing and exciting to listen to such a singular and original project! And "Because the moon broke" is definitely one of a kind! It bears the three conditions mentioned above, and more. Made in Portugal by a trio of talented individuals, this record allies mesmerising spoken words and poetic texts (in French and Portuguese) by performance dance-theatre artist and stage director Ligia Lebreiro, subtle electronic soundscapes, noises and rhythmic loops by music activist and electronic composer Simão Valinho and riveting lead vocals sang in Portuguese in the genuine style of Fado by Raquel Sousa.
Turning Point, our three-headed monster, unfolds its tracks like different chapters of an audio tale. Each page holds different flavours, multiple feelings and the whole piece is elegantly filled with poetic essence.
Their invitation to this Odyssey takes us through various contemporary experimental collages and dark electronic rhythmic shores. There, we visit a mechanical neo cabaret, here, dive in nostalgic traditional fragrances, elsewhere witness a battlefield of theatrical rebellion…
Simão's sonic world is subtle although rich and vivid, always offering space for the voices, the deep and confiding warm tones of Ligia contrasting with the lyrical mastery of Raquel's expressionist Fado.
When curiousness is puzzled by intelligence and heart is touched by bliss, then one recognizes true Art."
Phil Von

Pedro Novo
- Líder Descoberta Cultural na empresa Nomad
- Sócio Proprietário na empresa Cerveja Dos Diabos
- Dono e Gerente na empresa Lovecraft Portugal
- Criador na empresa Blac
- Produtor de eventos na empresa Vagos Open Air (2010 - 2014)
- DJing na empresa Goth'n'rock Productions (2010 - 2011)
- Editor na empresa Elegy Mag - Elegy Iberica
- DJying na empresa Heaven's Social Club (2010 - 2011)
- Fotógrafo na empresa Foto Artis Espinho
https://www.nomad.pt/lider/pedro-novo/
"Uma Experiência Íntima e Reveladora:
"Porque a Lua se Quebrou"
Quando a arte e a amizade se fundem, o resultado é sempre algo verdadeiramente especial. É com grande alegria e orgulho que vos trago o mais recente trabalho dos meus talentosos amigos da Turning Point: "Porque a Lua se Quebrou".
Neste álbum, Simão Valinho, Lígia Lebreiro e Raquel Sousa uniram os seus talentos únicos para criar uma obra que vai muito além das fronteiras da música convencional. A fusão de sonoridades, que vão desde o fado à música eletrónica e industrial, transporta-nos para um universo sonoro vibrante e eclético. É uma jornada musical que nos desafia a explorar novos horizontes, enquanto nos envolvemos nas melodias cativantes e nas letras profundas que permeiam cada faixa.
O que torna "Porque a Lua se Quebrou" verdadeiramente especial é a maneira como incorpora o "spoken word" e o fado de uma forma inovadora e comovente. Lígia Lebreiro dá vida aos poderosos textos poéticos de Carlos da Cunha através do seu envolvente "spoken word", enquanto Raquel Sousa, com sua interpretação expressiva e autêntica do fado, adiciona uma camada de emoção visceral a cada faixa. É uma celebração da tradição portuguesa, entrelaçada com elementos contemporâneos, que nos convida a mergulhar na riqueza cultural e emocional do nosso país.
"Porque a Lua se Quebrou" é mais do que um simples álbum; é uma expressão genuína de amor pela arte, pela poesia e pela cultura portuguesa. Cada nota, cada palavra, é carregada de emoção e significado, transmitindo-nos uma sensação de vulnerabilidade e autenticidade. É como se cada faixa fosse um espelho das nossas próprias experiências e emoções, refletindo a complexidade da condição humana de uma forma única e comovente."
Pedro Novo

Albertina Fernandes
- Natural de Arcos de Valdevez
- Escritora
- Diretora artística do GTV Grupo de Teatro do Vez
- Professora na Escola Secundária de Arcos de Valdevez (1960 a 2011)
https://www.nomad.pt/lider/pedro-novo/
PORQUE A LUA SE QUEBROU, de Carlos da Cunha, é um livro singular e surpreendente, pelo seu hibridismo literário, linguístico e estrutural.
Poesia profunda na sua leitura metafórica e filosófica, espelha o retrato de um intelectual exigente, porque dotado de um profundo saber e rara sensibilidade.
Com esses 'ingredientes', Carlos da Cunha deu luz a uma obra de pequena dimensão física, mas enorme no miolo que a compõe. Nela emerge um certo mundo endógeno e telúrico da infância, bem como a travessia da vida adulta e uma discreta cumplicidade e aceitação da morte a que todo o ser humano está irremediavelmente condenado. Revela também um vivo interesse pelo mundo exógeno. Na verdade, olhar o mundo e ver mundos é a atitude do Poeta, plasmada na celebração da palavra que veste de roupagens diversificadas para o encontro do amor com o outro. Toda a sua poesia é amor, é a festa do Belo e do Verdadeiro; é a travessia de silêncios e de mágoas, de euforia e disforia, de canto e de bailado da Natureza em festa, de esperança e lágrimas de um eu que, pela sua grandeza, lhe dá forma, pelo grito de estar vivo, nutrindo-se com a seiva da ARTE. Sobre a Arte, o Poeta edifica a sua estátua, constrói a sua catedral toda feita de palavras, não aquelas que se perdem com o vento, como folhas de árvore, em tarde de Outono, não essas, mas as palavras que compôs em cada sopro de vida, animizadas, carregadas de chuva e de sol, de filosofia inquietante e de vida prática, de paixões turbulentas e de ternura quase pueril, de VIDA, enfim, da sua e da nossa, nós que, nela, na sua, nos revemos.
Por essa voz de arauto, devemos estar gratos ao Poeta, por tão maravilhosamente transmitir aquilo que nós albergamos cá dentro e cuja falta de talento nos impede, porventura, de expressar. Corrijo, em tempo: tive o privilégio de, há dias, assistir a um espectáculo de excelência a todos os níveis: criatividade, originalidade do conceito, envolvência dos espectadores, num espaço invulgar e feérico que se coadunava com a performance dos actores e da cantora/fadista, tudo numa harmonia tão perfeita que arrepiava por tão elevada qualidade. O público, rendido, não arredava pé e espontaneamente deu por si a agir e reagir, como se fizesse parte do elenco.
Parabéns, Lígia; parabéns, Simão, amigos recentes, mas que já guardo na lista dos meus afectos; parabéns à jovem intérprete Raquel, pela voz magnífica que possui e pela simpatia que espalhou à sua volta. O seu PORQUE A LUA SE QUEBROU, meu amigo Carlos da Cunha (tive o privilégio de com ele conviver desde pequenina, por ser amigo da minha família), foi resgatado do silêncio a que injustamente o votaram, após a sua morte. Ressuscitou agora, depois de vários anos de letargo. Assim acontece, muitas vezes, a obras de grande valor. Pessoas como os meus amigos artistas Simão e Lígia, que, pela sua irreverência e amor à cultura, se entregam a causas como esta, a nossa gratidão, o apreço dos que, como eu, amam a Arte das letras e do palco. Vão em frente, persigam os vossos objectivos culturais e artísticos, com esse vosso entusiasmo, mesmo quando alguns senhores do poder se mostram pouco receptivos a iniciativas deste âmbito e muito reticentes para as apoiar.
É quase um lugar-comum dizer-se que a Arte nos salva, mas ainda assim continuo a achar que sim e por tal facto reitero a afirmação. A Arte distingue-nos dos outros animais. A Arte é a manifestação do lado sublime do ser humano"